Músicas e suas Histórias

Relaxe, reflita e conheça nossa Brasilidade

Década: 1920 a 1929

Nome da Música: Jura -1928

Nome e histórico do Compositor: Sinhô


José Barbosa da Silva, mais conhecido como Sinhô (Nasceu no RJ em 1888 e morreu em 1930) foi um instrumentista e compositor brasileiro.

É considerado um dos mais talentosos compositores de samba, para muitos o maior da primeira fase do samba carioca.

Filho de um pintor, admirador dos grandes chorões da época, foi estimulado pela família a estudar flauta, piano e violão. Casou-se cedo, aos 17 anos, tendo que labutar para sustentar os três filhos. Por volta de 1911, tornou-se pianista profissional, animando os bailes de agremiações dançantes.

Ficou surpreso quando Donga, em 1917, registrou como sendo dele (em parceria com Mauro de Almeida) o samba carnavalesco Pelo telefone, que na casa da Tia Ciata todos cantavam com o nome de O roceiro. A canção, que até hoje é motivo de discussões, gerou uma das maiores polêmicas da história da música brasileira, com vários compositores, entre eles Sinhô, reivindicando sua autoria.

O gosto pela sátira lhe trouxe alguns problemas mais sérios, quando compôs Fala Baixo, em 1921, uma brincadeira com o presidente Artur Bernardes. Teve de fugir para casa de sua mãe para não ser preso. Cultivou a fama de farrista, promovendo grandes festas em bordéis, o que não o impediu de ganhar o nobre título de “O Rei do Samba” durante a Noite Luso-Brasileira, realizada no Teatro República, em 1927.

Durante 1928, ministrou aulas de violão a Mário Reis, que se tornaria o seu intérprete preferido e que lançaria dois dos seus maiores sucessos: Jura e Gosto que me enrosco. Morreu em decorrência da tuberculose.


Momento da História

Década de 1920 foi o período das transformações no Brasil. Parte do País estava de mudança para as cidades, por conta da industrialização crescente.

As artes também estavam se transformando, com a Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Na política, há o surgimento do Partido Comunista.

Na década de 1920, uma misteriosa epidemia matou cerca de um milhão de pessoas e deixou quase quatro milhões extremamente debilitadas, incapazes de falar ou de se mover de forma independente. Eram como estátuas vivas.

No Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna, realizada por intelectuais, como Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, levou ao Teatro Municipal de São Paulo artistas plásticos, arquitetos, escritores, compositores e intérpretes para mostrar seus trabalhos, os quais foram recebidos, ao mesmo tempo, debaixo de palmas e vaias. A Semana de Arte Moderna foi o grande acontecimento cultural do período, que lançou as bases para a busca de uma forma de expressão tipicamente brasileira.  

No mundo, o cinema tornou-se o lazer de multidões. Em 1927 vendiam-se, por semana, nos Estados Unidos, 60 milhões de bilhetes. Foi a era de ouro de Hollywood, o mais importante centro da indústria cinematográfica do mundo.  Os filmes eram mudos e traziam legendas que faziam a narração e o diálogo; a projeção era acompanhada de música ao vivo. Por isso, toda sala de cinema tinha espaço para uma pequena orquestra ou, no mínimo, um piano.

Uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas - mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.

Foi a era das inovações tecnológicas, da eletricidade, da modernização das fábricas, do rádio e do início do cinema falado, que criaram, principalmente nos Estados Unidos, um clima de prosperidade sem precedentes, constituindo um dos pilares do chamado, o estilo de vida americano.
Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos Estados Unidos, e, consequentemente, o resto do mundo. Os anos seguintes ficaram conhecidos como a Grande Depressão, marcados por falências, desemprego e desespero.

   

Histórico da letra da Música

A repercussão de suas canções nas revistas também ocorre em razão dos temas e conteúdos apresentados. Grande parte delas trata do universo e da rotina da cidade, e de questões mais universais. Como é comum nos autores da época, Sinhô manda uma série de recados e comentários sobre a cidade, o cotidiano da moda feminina, as festas populares, o mundo da malandragem, o dinheiro e o a amor "de um beijo puro da catedral", como é o caso da música Jura.

Essas canções comentam os traços do cotidiano e são feitas de modo simples e coloquial para atingir o gosto do público. Exigem uma forma de cantar que sugere um diálogo próximo com o ouvinte. Diferente do padrão interpretativo da época, ainda baseado na impostação e na força da voz, suas canções já apontam para uma interpretação mais contida e narrada. Nesse contexto, a forma de cantar de Mário Reis (aluno de violão de Sinhô) e o processo de gravação e difusão do rádio, colaboram para este novo gênero urbano.

Jura (canção) Jura é um samba composto por Sinhô e gravada em 1928 pelo seu aluno de violão, Mário Reis, também foi gravada por Aracy Cortes. e Noel Rosa. Em 2000, foi regravada pelo cantor Zeca Pagodinho e se tornou canção-tema da novela O Cravo e a Rosa.

    

Música Tocada e Cantada

Jura

A   F#7

Jura

Bm  F#7 Bm  E7     A    E7

Jura, jura pelo Senhor

 A   F#7

Jura,

      E7     C#7       F#7  B7     Bm

Pela imagem da Santa Cruz do Redentor

          E7

Pra ter valor

       A    F#7

A tua jura,

Bm  F#7 Bm  E7      A E7

Jura, jura de coração

A            A7

Para que um dia

         D           Dm    F#7

Eu possa dar-te o meu amor

Bm            E7       A   A7

Sem mais pensar na ilusão

  D      E7    A        F#m

Daí então dar-te eu irei

         Bm           E7       A  A7

Um beijo puro na catedral do amor

    D            E7

Dos sonhos meus,

     A              F#m

Bem juntos aos teus

     Bm      E7      A E7 .... A F#7 Bm E7 A F#7 Bm E7 A ... E7

Para fugir das aflições da dor

A   F#7

Jura

Bm  F#7 Bm  E7     A    E7

Jura, jura pelo Senhor

A   F#7

Jura,

      E7     C#7       F#7  B7     Bm

Pela imagem da Santa Cruz do Redentor

          E7

Pra ter valor

       A    F#7

A tua jura,

Bm  F#7 Bm  E7      A E7

Jura, jura de coração

A            A7

Para que um dia

         D           Dm    F#7

Eu possa dar-te o meu amor

Bm            E7       A   A7

Sem mais pensar na ilusão

  D      E7    A        F#m

Daí então dar-te eu irei

         Bm           E7       A  A7

Um beijo puro na catedral do amor

    D            E7

Dos sonhos meus,

     A              F#m

Bem juntos aos teus

        Bm          E7      A A7

Para fugir das aflições da dor

  D      E7    A        F#m

Daí então dar-te eu irei

         Bm           E7       A  A7

Um beijo puro na catedral do amor

    D            E7

Dos sonhos meus,

     A              F#m

Bem juntos aos teus

        Bm          E7      A  E7 ... A F#7 Bm E7 A F#7 Bm E7 A

Para fugir das aflições da dor

  

Gostou da música Jura? Sinhô foi menos conhecido na década de 20, que Noel Rosa na década de 30, mas podemos dizer que são 2 grandes gênios da música Brasileira, nas primeiras décadas do século 20. Continue navegando que você vai encontrar muita coisa boa no blog Músicas e suas Histórias.

  

  

  


  

Jura (Sinhô) - 1928

Paulo Arruda

27/06/2020

Décadas​​

Engenheiro apaixonado por música e cinema, comecei em 2020 o projeto para levar a história da música e seus compositores para todo o Brasil . Leia mais sobre o autor.​​

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